O quarto concerto da temporada do Festival Terras sem Sombra, com a Eslováquia como país convidado e em parceria com o Município de Santiago do Cacém, apresenta no Auditório António Chainho (11 de junho, 21h30, acesso livre) o ensemble eslovaco Aurum Quartet, que interpreta peças de várias geografias, com destaque para a Europa Central e os Estados Unidos.
Nesta sensacional viagem sonora, o programa, justamente intitulado “Soirée: Música Europeia e Norte-Americana para Quarteto de Clarinetes”, inclui compositores como Mozart, Bizet, Bartók, Brahms ou Gershwin, a par de outros, menos divulgados em Portugal, como os eslovacos Ľuboš Bernáth e Eugen Suchoň ou o húngaro János Gyulai Gaál. Este concerto no Alentejo é, por conseguinte, uma oportunidade imperdível para ficar a conhecer, em interpretação ao vivo, obras destes conceituados compositores centro-europeus.
O Aurum Quartet – composto por Albín Blaho, Šimon Štímel, Adrián Polák (clarinete) e Radka Kováčová (clarinete baixo) – tem vindo a firmar os seus créditos na cena musical eslovaca, e além-fronteiras, granjeando o interesse do público e da crítica. São dignas de particular referência as suas atuações no concerto de Ano Novo de 2022, em Berlim e, já em maio deste ano, em diversos espetáculos na Cidade do Kuwait, onde obras de autores eslovacos foram apresentadas no Dia da Europa, um projeto distinguido com o Prémio de Honra da Academia de Música do Kuwait.
Em 2021, o quarteto lançou o CD Ouverture, que apresenta obras clássicas para quarteto de clarinetes e foi efusivamente saudado. Conhecendo-se a paixão do público da Europa Central pelos agrupamentos de clarinetistas e o rigor que coloca nas suas escolhas musicais, podemos ter uma ideia do virtuosismo e da paixão pela arte deste novo ensemble que triunfa em vários palcos do mundo.
Singularidades: dos lugares de Manuel da Fonseca às espécies endémicas
Na tarde de sábado (11 de junho, 15h), o Terras sem Sombra propõe-se dar a conhecer os “Lugares de Cerromaior: Manuel da Fonseca em Casa”. A atividade de Património, sob a orientação de Gentil Cesário e José António Falcão, constitui uma viagem literária e uma descoberta no tempo e no espaço de Santiago do Cacém, a cidade onde Manuel da Fonseca nasceu em 1911, passou muitos anos da sua infância e regressava amiúde de férias.
O ponto de encontro é no Jardim Municipal e, a partir daí, desenvolve-se um périplo que inclui, entre outros, o Museu Municipal, o Largo do Barroso (“o centro do mundo”) e, como não poderia deixar de ser, o castelo da cidade, que coroa Cerromaior. A visita é complementada por leituras em sítios emblemáticos, alusivos à obra do autor, feitas por Luísa Gonçalves e Margarida Peredo.
O escritor é uma das figuras-chave da literatura portuguesa do século XX, tendo-se distinguido como poeta, contista, romancista e cronista. Santiago do Cacém, que denominou “Cerromaior”, título de um romance aparecido em 1943, ocupa uma posição fulcral na sua obra, a qual incide, em larga medida, na temática alentejana.
Para concluir o fim-de-semana, o Festival programou uma acção de salvaguarda da biodiversidade (12 de Junho, 9h30) que incidirá no Juniperus navicularis, uma preciosidade do património natural do litoral alentejano.
Intitulada “Uma Micro-Floresta Raríssima e Muito Ameaçada: O Zimbral Endémico no Sudoeste de Portugal”, a acção visa dar a conhecer a sua ecologia e sensibilizar para a sua proteção, algo que desperta atenção internacional.
Popularmente conhecido como zimbro, esta micro-árvore tem até 2 m de altura e é endémica de sistemas dunares do sudoeste português (já o foi também em algumas zonas do sul de Espanha, mas regrediu muito aqui). Tem um dos mais notáveis habitats na Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha, onde é alvo de especial atenção.
A atividade, orientada por Carlos Pinto Gomes (professor da Universidade de Évora), conta com o apoio do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. De acordo com aquele investigador “99% da população deste zimbro encontra-se em Portugal e define um habitat prioritário para a conservação, em termos europeus”.
O Festival Terras sem Sombra é uma estrutura apoiada pela Direcção-Geral das Artes.
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