O Auditório Municipal António Chainho, em Santiago do Cacém, recebeu dia 21 de outubro, a antestreia do filme “RAIVA” marcada pelas presenças do realizador Sérgio Tréfaut e do ator Hugo Bentes, que estiveram à conversa com o público presente, acompanhados pela Vice-Presidente da Câmara Municipal, Margarida Santos. A iniciativa insere-se nas comemorações do nascimento do escritor santiaguense Manuel da Fonseca promovidas pelo Município de Santiago do Cacém, durante este mês de outubro.
“RAIVA” é uma adaptação do romance “Seara de Vento” que Manuel da Fonseca publicou em 1958 – inspirado numa tragédia ocorrida em 1933 no Alentejo – e que esteve interdito pelo Estado Novo até 1974. Considerado um clássico da literatura portuguesa do século XX e uma das obras mais importantes do neorrealismo português. “O livro é um grito de indignação face à injustiça social no Alentejo, onde ser dono das grandes propriedades significava também ter mão no poder político, na guarda, na igreja e ser dono dos homens” afirma Sérgio Tréfaut.
Num Alentejo de campos desertos filmados a preto e banco centra-se o drama de uma família atingida pela pobreza e pela injustiça, na luta contra o abuso dos que têm o poder e a terra bem como na revolta de quem a trabalha e nada possui.
O filme “RAIVA” estreou no 40.º Festival Internacional de Cinema de Moscovo onde arrecadou dois prémios (Júri Internacional e Imprensa Independente). A longa-metragem, numa co-produção entre Portugal, Brasil e França, já passou pelos melhores festivais de cinema do mundo: Filmfest München, Seville European Film Festival, Mostra Internacional de cinema de São Paulo, Perso – Perugia Social Film Fest Festival e Waterloo Hostorical Film Festival.
Prestes a entrar no circuito comercial, o filme conta com um elenco de renome: Isabel Ruth, Leonor Silveira, Diogo Dória, Catarina Wallenstein, Herman José, José Pinto, Rogério Samora, Marília Villaverde Cabral, entre outros atores do panorama cinematográfico português. Destaque para Hugo Bentes, natural de Serpa, que é músico e faz parte de grupos corais alentejanos, foi escolhido pela proximidade que tem com a história, com a Região e, sobretudo, pelo orgulho com que encarna a personagem.