No concelho de Santiago do Cacém cerca de uma centena de produtores de ovinos e bovinos protestaram hoje, dia 7 de novembro, para exigir do Governo medidas de combate à doença da língua azul que está a vitimar centenas de animais nas explorações do litoral alentejano. A concentração decorreu em São Domingos, com os produtores a queixaram-se da falta de informação, de ajudas das autoridades competentes, dos atrasos na vacinação e de ações de prevenção contra a proliferação do novo vírus.
A Câmara Municipal de Santiago do Cacém “está solidária com os criadores”, sublinhou a vereadora Sónia Gonçalves, que em representação do Município esteve presente no protesto, o qual também contou com as presenças das Presidentes das Juntas de Freguesia de Abela e da União de Freguesias de São Domingos e Vale de Água, Hélia Rodrigues e Ana Maria Gonçalves, respetivamente. “Estão a viver uma fase difícil porque esta nova estirpe da febre catarral, vulgarmente chamada língua azul, é muito mais resistente e mortal.” A autarca lembrou que estas explorações são “a fonte de rendimento de muitas famílias do nosso concelho, que trabalham todos os dias para o desenvolvimento económico da região e do país”, por isso “é necessária uma resposta urgente”, por parte do Governo para fazer face a esta situação.
Os criadores relataram à Vereadora que, inicialmente, “não sabiam o que fazer porque não havia uma resposta atempada do sistema de recolha de cadáveres”, e em relação à vacinação, que deve ser realizada de forma profilática, “há atrasos”. Acrescentando que “nas explorações em que a infeção está instalada não há muito a fazer sendo esperadas mais mortes de animais.” De salientar que existem explorações com 500 ovelhas em que 50% dos animais estão contaminados com o serotipo três da doença da língua azul.
Durante a contestação pacífica foi aprovada uma moção que será enviada ao Presidente da Assembleia da República, Primeiro-Ministro, Ministro da Agricultura e Grupos Parlamentares. No documento apelam à tomada de medidas de profilaxia e de terapêutica da doença e defendem que haja compensação económica para as explorações afetada com o pagamento imediato por cabeça perdida. Os subscritores da moção exigem ainda que as explorações infetadas sejam alvo de avaliação técnica, que as vacinas, já aprovadas pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, “cheguem em tempo útil às explorações ainda não afetadas”, que o seu preço “seja comparticipado” e que sejam “disponibilizados produtos de biossegurança”.
O protesto teve também a presença do deputado do partido Chega, Pedro Frazão.
Declarações da Vereadora da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Santiago do Cacém