Decorreu, no dia 15 de outubro, a cerimónia de entrega do XI Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca, na Biblioteca Municipal de Santiago do Cacém, com o autor Luís Cunha a ser consagrado como vencedor desta edição, com a obra “Vinte Mil Léguas de Palavras”, que recebeu a unanimidade do júri.
“A eficácia do mecanismo estrutural adotado, já que todos os contos têm exatamente o mesmo tamanho – mil palavras – e a capacidade de criar desenlaces interessantes para resolver os diferentes enredos”, bem como a “capacidade de criar narrativas de leitura fluída, apesar da linguagem trabalhada e dos distintos ambientes produzidos” foram as fundamentações que levaram o júri a atribuir a Luís Cunha a vitória no concurso. João Morales, porta-voz do júri, sublinhou ainda o facto do Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca ser uma autêntica “rampa de lançamento para aspirantes a escritores”. José Correia Tavares, autor e vice-presidente da Associação Portuguesa de Escritores, e Paula da Graça Rodrigues, mestre em estudos portugueses e professora, completaram o júri desta 11.ª edição.
O Presidente da CMSC, Álvaro Beijinha, recordou Manuel da Fonseca como “figura ilustre da literatura portuguesa, em particular aqui de Santigo do Cacém, um filho da terra que muito nos orgulha, que eu infelizmente não tive o prazer de conhecer pessoalmente”. Álvaro Beijinha sublinhou ainda a “dimensão humana enorme, camaradagem e boa companhia de Manuel da Fonseca”, bem patente nas imagens mostradas ao longo da cerimónia e pelos testemunhos de muitos amigos e conhecidos. O Presidente da CMSC congratulou-se com o número de obras a concurso (72), a segunda maior participação de sempre, algo que é “motivo de satisfação” e sinónimo de “um Prémio cada vez mais conhecido. Parabéns aos 72 autores que concorreram, em particular ao vencedor e às duas menções honrosas”.
O vencedor do Prémio, Luís Cunha, agradeceu à CMSC e valorizou o “lastro histórico do concurso”, saudando o facto do mesmo “ser nacional”. O autor revelou a sua “imensa satisfação e orgulho por, ao vencer este concurso, ficar com o nome associado ao de Manuel da Fonseca”.
As duas Menções Honrosas foram entregues a Nuno Corvacho, com “Kafka na Casa de Banho” e a Paulo Lopes, com “Quando nos voltaremos a encontrar os três?”. Álvaro Beijinha e o Vereador da Cultura, Norberto Barradas, entregaram os prémios aos três melhores desta 11.ª edição.
A cerimónia foi abrilhantada por um pequeno recital de guitarra clássica, pela Escola de Música da Câmara Municipal de Santiago do Cacém.
Ao instituir o Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca, o Município de Santiago do Cacém presta homenagem ao grande escritor santiaguense, figura incontornável da literatura portuguesa, e à sua obra, sobretudo através da forma narrativa do conto, em que o autor revelou toda a sua excelência. E, simultaneamente, contribui para a revelação de novos criadores na nossa língua, que é garante da soberania nacional e elemento essencial do património cultural português. O Prémio distingue uma coletânea de contos originais, escritos em língua portuguesa, por autor maior de idade, natural de qualquer país que integre a comunidade lusófona.