A obra “Contos do senhor Tomás da Graça (dez contos e três intervalos)”, de Eduardo Palaio, (assinada com o pseudónimo Joachim Guerra) é a vencedora da 15.ª edição do Prémio de Conto Manuel da Fonseca. O júri deliberou, dia dois de agosto, por unanimidade, atribuir o prémio à obra, entre os 17 manuscritos apresentados a concurso por autores de língua portuguesa. Fundamentando a sua decisão na “qualidade literária e abordagem temática que concilia o imagético e onírico, desafiando o leitor para um jogo literário e interpretativo na descoberta de quem é Joachim Guerra”.
Eduardo Palaio é natural do Seixal. Iniciou a sua atividade artística pelo desenho de humor, tendo publicado trabalhos, como colaborador, no Mundo Ri, sob a direção de José Vilhena. Em 1966, expôs pela primeira vez trabalhos de desenho e pintura. Nos anos 1970 e 1980 retoma o cartoon, publicando regularmente num semanário. Participou nos Salões Nacionais de Caricatura e Desenho de Humor e como convidado em três exposições internacionais em Cuba (dedeté –1986/1993/1998) e no México (1994 e 1998). Decorador de espaços públicos, é autor de nove murais no concelho do Seixal. Apresentou nove exposições individuais de pintura de 1982 a 2000 e participou em inúmeras exposições coletivas.
Estreou-se na literatura com o livro infantil “Pinta-o às bolinhas azuis”. É autor do romance Peregrinação de Artur Vilar (2003) e da coletânea de contos Caixa Baixa (2011). Em 2010 foi galardoado com o Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca e, em 2011, venceu o grande prémio do conto Camilo Castelo Branco da Associação Portuguesa de Escritores. A sua experiência como comandante de grupo de combate na Guerra Colonial, em Angola, revelou-se muito útil para escrever o romance histórico Os Dez de Tânger (2014).
Por unanimidade foi, também, decidido pelo júri atribuir duas Menções Honrosas, a primeira, ao original “Contos psicoterapêuticos” pela “ abordagem de um tema raramente evocado na literatura, numa construção literária original e bem urdida”, da autoria de Margarida Sofia Gerardo de Freitas de Azevedo, apresentado ao concurso sob o pseudónimo Valquíria, e a segunda, à coletânea de contos “Brincadeiras de gente crescida” pela “abordagem pertinente e original de novas realidades, com as quais nos confrontamos hoje em dia.”, da autoria de Luís António Couto Coelho assinada com o pseudónimo Duílio Mendes.
O júri da 15ª edição do Prémio de Conto Manuel da Fonseca foi constituído por Luís Vendeirinho da Associação Portuguesa de Escritores, Maria Paula Mendes Coelho da Associação Portuguesa dos Críticos Literários e Ana Daniela Soares Ferreira jornalista e apresentadora de programas dedicados à literatura na televisão e na rádio.
Ao criar o Prémio de Conto Manuel da Fonseca, o Município de Santiago do Cacém presta homenagem ao grande escritor santiaguense, figura incontornável da literatura portuguesa, e à sua obra, sobretudo através da forma narrativa do conto, em que o autor revelou toda a sua excelência. E, simultaneamente, contribui para a revelação de novos criadores em língua portuguesa. O Prémio distingue uma coletânea de contos originais, por autor maior de idade, natural de qualquer país que integre a comunidade lusófona.
O primeiro prémio do concurso recebe um valor pecuniário de quatro mil euros e a obra será editada pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém.
A cerimónia pública de entrega do Prémio realiza-se no dia 19 de outubro, na Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca, em Santiago do Cacém.