A cerimónia de apresentação do livro vencedor da XIII Edição do Prémio de Conto Manuel da Fonseca “Contos de Macau”, da autoria de João Morgado, que concorreu sob o pseudónimo de Liang, realizou-se dia 16 de outubro, na Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca, em Santiago do Cacém. A obra vencedora desta edição recebeu a unanimidade do júri, que a classificou de um grande lirismo.
A Vereadora Sónia Gonçalves sublinhou que o Prémio de Conto Manuel da Fonseca é um “investimento que a Autarquia realiza com satisfação na área da cultura” para “perpetuar a obra de Manuel da Fonseca que está sempre viva e atual, e dar destaque a novos escritores, ou a escritores já reconhecidos” como João Morgado que venceu esta edição. “Orgulhamo-nos que, sendo um autor já conceituado, tenha concorrido e não posso deixar de salientar o fato de não se dedicar apenas a um género literário tal como Manuel da Fonseca”. Avançando que esta é uma iniciativa “que esperamos alargar para uma grande festa que celebre o livro e a literatura”. A Autarca salientou que o Prémio tem “já um prestígio significativo, nesta 13.ª edição tivemos a concurso mais de uma centena de obras inéditas, e destas, um número considerável, eram de autores que não sendo portugueses são de países de língua portuguesa.” A Vereadora destacou o investimento que a Câmara Municipal está a realizar em equipamentos que são espaços de cultura como o Cineteatro Vitória em Ermidas-Sado e o Centro Cultural de Alvalade, “espaços que são importantes para desenvolvermos projetos de caráter cultural que temos planeados”.
“Tenho muito orgulho em ter este Prémio numa das minhas obras” salientou João Morgado, “significa que para além de homenagearmos um grande autor estamos a plantar as sementes que deixou.” Caracterizando-se como um escritor “plural” que escreve poesia, romance contemporâneo e histórico, contos, crónicas e pequenas novelas “porque é nesta diversidade de vozes e temas que me sinto bem”.
Este livro resultou de uma viagem que João Morgado fez a Macau e das visitas “a uma China mais profunda das aldeias de pescadores e mercados tradicionais, um mundo totalmente diferente que nos marca”. Depois escreveu um conto, “inspirado pela mistura entre a presença portuguesa e a cultura oriental”, que deu origem a um livro. Segundo o autor “Contos de Macau”, “é diferente de tudo o que escrevi até agora, porque permitiu ter mais fantasia que nos meus outros livros ”
Manuel Frias Martins, presidente do júri, felicitou a Autarquia por promover este Prémio, sublinhando o “cuidado que existe em manter a literatura no horizonte do consumo cultural e no que pode ser a educação da população. Por isso Prémios desta natureza são cada vez mais necessários”. Sobre a escolha de “Contos de Macau” “não houve dúvida, os jurados quando se reuniram traziam todos a mesma proposta para a atribuição do prémio.” Manuel Frias Martins explicou que “foi com satisfação que o fizemos, primeiro porque esta é uma obra de altíssima qualidade, depois por sabermos que o seu autor é um escritor consagrado. O fato de João Morgado ter decidido concorrer é reflexo da qualidade e prestigio deste Prémio.”
As contadoras de histórias das Bibliotecas Municipais Luísa Gonçalves, Ana Peredo e Carla Fonseca fizeram a leitura dramatizada de um dos dez contos que fazem parte de “Contos de Macau”.
Ao criar o Prémio de Conto Manuel da Fonseca, o Município de Santiago do Cacém presta homenagem ao grande escritor santiaguense, figura incontornável da literatura portuguesa, e à sua obra, sobretudo através da forma narrativa do conto, em que o autor revelou toda a sua excelência. E, simultaneamente, contribui para a revelação de novos criadores em língua portuguesa. O Prémio distingue uma coletânea de contos originais, por autor maior de idade, natural de qualquer país que integre a comunidade lusófona. O primeiro prémio do concurso recebe um valor pecuniário de quatro mil euros e tem a sua obra editada pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém, com a chancela da editora Colibri.