No concelho de Santiago do Cacém agravou-se a falta de militares nos postos da Guarda Nacional Republicana, situação que está a deixar preocupado o Presidente da Câmara Municipal, Álvaro Beijinha, que solicitou, com caráter de urgência, uma reunião com o Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Antero Luís.
O Autarca explica que “apesar da realização de um concurso nacional de recrutamento para novos guardas, no Destacamento Territorial de Santiago do Cacém houve uma redução de efetivos, situação de todo inaceitável, que põe em causa a segurança das nossas populações e que viola a garantia dada pela então Secretária de Estado, numa reunião em 2019”.
A informação transmitida, até ao momento, deu nota que, “em Cercal do Alentejo houve uma redução para sete militares, em Ermidas-Sado o único guarda está de baixa médica, em Alvalade um dos quatro efetivos vai para a formação de Cabos, em Santo André mantém-se o mesmo número de militares e apenas em Santiago do Cacém foram colocados quatro guardas,” esclarece Álvaro Beijinha.
A luta pela manutenção dos postos de Alvalade e de Ermidas-Sado corre desde 2014, e sempre mereceu a forte contestação por parte da Câmara Municipal de Santiago do Cacém. A falta de militares no Concelho é uma situação que teve o seu ponto crítico no final de 2018 quando foi anunciada a decisão de transformar os Postos da GNR de Alvalade e Ermidas-Sado em Postos de atendimento a funcionar apenas em dias úteis, entre as 9h00 e as 17h00. A Câmara Municipal considerou que a implementação desta medida, além de afetar o serviço público de resposta à segurança da população da zona abrangida, de Alvalade e de Ermidas-Sado, se estendia, também, à de S. Domingos, de Vale de Água ou de Abela, e que seria seguramente o primeiro passo para um futuro encerramento definitivo dos referidos Postos da GNR.
Recorde-se que na altura a Câmara Municipal, a Junta de Freguesia de Ermidas-Sado e a população manifestaram-se contra essa tomada de posição, tendo o Governo recuado nessa decisão. Depois de uma reunião, em 6 de fevereiro de 2019, a então Secretária de Estado “comprometeu-se” a reforçar o número de efetivos afetos ao Destacamento Territorial de Santiago do Cacém, nomeadamente nas duas freguesias em questão.
À data de hoje, o problema da falta de militares da GNR, “não está resolvido, pois em Ermidas-Sado e em Alvalade, recorrentemente, são os Guardas do Posto de Santiago do Cacém a fazer os patrulhamentos e tomada de ocorrências, situação de todo inaceitável, que põe em causa a segurança das nossas populações, as mesmas que têm sido sucessivamente afetadas por políticas de abandono, protagonizadas pelo Poder Central, e que violam as garantias que nos foram dadas”, conclui o Presidente da Câmara Municipal.