A Câmara Municipal de Santiago do Cacém partilha da posição assumida pelas Associações de Pais e Encarregados de Educação das escolas do 1.º ciclo, nº 2 e nº 4, do Agrupamento de Escolas de Santo André que não concordam com a organização das turmas definida para o ano letivo de 2020/2021, defendendo a abertura de uma quarta turma para receber os alunos do 1.º ano, como vinha a acontecer até momento.
Em carta endereçada à Secretária de Estado da Educação, Susana Amador, que foi também subscrita pela Junta de Freguesia de Santo André, defende-se que esta “decisão não é a que melhor responde às necessidades das crianças e das famílias,” tendo sido solicitada uma reunião com caráter de urgência com a responsável. Os subscritores sublinham que de acordo com as informações transmitidas por parte do Agrupamento “existem recursos humanos para afetar em caso de abertura de mais uma turma, e existe espaço para acolher esta nova turma.”
As Associações de Pais e Encarregados de Educação das escolas do 1.º ciclo do Agrupamento de Escolas de Santo André nº 2 e nº 4 referem na carta enviada que “11 alunos condicionais matriculados no 1.º ano não terão vaga a menos que sejam integrados em turmas do 2.º ano, opção essa que não consideramos a mais adequada do ponto de vista pedagógica até porque coloca em causa o próprio Plano de Inovação implementado pelo Agrupamento e aprovado pela Tutela, ainda, o facto de o 1.º e o 2.º ano terem cargas horárias diferentes.”
Explicam que com as três turmas propostas “seis crianças terão de ser deslocadas do estabelecimento de ensino que frequentaram no ano letivo transato.” Outras das situações reportadas à Secretária de Estado da Educação prendem-se com a existência de “turmas onde se encontram crianças com Necessidades Educativas Especiais (NES) que não viram o número de alunos reduzido, como seria expectável.
Existem ainda cerca de 40 crianças cuja entrada no ensino pré-escolar lhes vai ser vedada por via desta decisão de redução do número de turmas do 1.º ano. Situação que consideramos socialmente preocupante em altura de crise pandémica, uma vez que inúmeras famílias viram os seus rendimentos reduzidos, sendo-lhes economicamente incomportável os encargos com a educação pré-escolar privada.”
Referem, também, que fica igualmente comprometido que sejam recebidas transferências de alunos, o que é esperado que aconteça ao longo do ano letivo, tendo em consideração a elevada mobilidade migratória da população de Santo André.